quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mais blasfêmias e desrespeito na tela


Estréia na semana que vem, nos Estados Unidos, “Religulous” – o mais novo filme de Larry Charles – o diretor do filme “Borat”, e um dos roteiristas de Seinfield. Do mesmo estúdio de “Fahrenheit 9/11” (do cineasta Michael Moore), “Religulous” (religião + ridículo) é um dos poucos documentários ateus já produzidos, diga-se de passagem, um documentário que incorpora técnicas de comédia para abordar um dos temas mais controversos de todos os tempos: religião. Em um momento em que a fé cresce em proporções alarmantes, supõe-se que o diretor entenda que não vai estrear em diversos países. O entrevistador na frente da câmeras dessa vez não é Sacha Baron Cohen, mas Bill Maher – apresentador, ativista político e comediante largamente conhecido na América por suas posturas contra o casamento, a favor das drogas, liberdade de expressão e questionamento de qualquer tipo de autoridade.

Nessa empreitada, a dupla se juntou para conversar e questionar líderes religiosos de todas as crenças, e sua fé; visitar templos sagrados e conversar com pessoas normais com o objetivo de demonstrar quão ridículo, ou irracional, é entregar-se a uma religião. A idéia é que religião é um negócio, e assim sendo, “um negócio de macaco”. Ou um distúrbio neurológico que causa guerra e destruição.

O filme, assim como o tema é controverso. Provoca risos engasgados, polêmica e debate. Quem viu e não gostou acusa o filme de ser mal produzido – o boom (equipamento de captação de áudio) aparece; a segunda câmera aparece; o entrevistador é cínico e os entrevistados são estereotipados – “extremistas, gays e ‘freaks’”, fazendo-os parecer estúpidos (a mesma técnica de Borat, diga-se de passagem). E que até mesmo os efeitos sonoros também foram feitos para ridicularizá-los.

Segundo Bill Maher, para conseguir as entrevistas, e até entrar no Vaticano, nada foi obtido em seu nome. Foi criado um nome falso para o documentário em produção – “Uma Jornada Espiritual”. Quando tudo estava pronto – entrevistado a postos e câmera rodando, ele entrava em cena. É possível ver a cara de surpresa dos entrevistados ao longo do filme. Como se vê, assim como em Borat, para entrar no restrito domínio da fé de todas as religiões, a ética da produção também foi suspensa em nome das frases de efeito e situações absurdas. ...

(Blog Repique)

Nota: Desprezo à religião; irreverência para com tudo... Não sei por que, mas ao ler sobre essa produção antiética, me lembrei de um trecho do livro A Queda, de Albert Camus: "Cada alegria fazia com que desejasse outra. Ia de festa em festa. Chegava a dançar noites inteiras, cada vez mais louco com os seres e com a vida. Às vezes, já bastante tarde, nessas noites em que a dança, o álcool leve, meu modo desenfreado, o violento abandono de todos me lançavam a um arrebatamento ao mesmo tempo lasso e pleno, parecia-me no extremo da exaustão e no espaço de um segundo, compreender, enfim, o segredo dos seres e do mundo. Mas o cansaço desaparecia no dia seguinte e com ele o segredo; eu me lançava outra vez com todo ímpeto. Assim corria eu, sempre pleno, jamais saciado, sem saber onde parar, até o dia, ou melhor, até a noite em que a música parou e as luzes se apagaram. A festa em que eu fora feliz..."

Como escreveu o sábio Salomão, tudo é vaidade. Mas alguns descobrem tarde demais...

Por: Michelson Borges

Neandertal cada vez mais humano


Um estudo em jazidas do penhasco de Gibraltar, no sul da Península Ibérica, revelou que os neandertais também caçavam mamíferos marítimos e demonstrou que eles e os homo sapiens, que vieram logo depois [sic], “quase não diferiam” em seu comportamento. A pesquisa realizada por cientistas britânicos e espanhóis começou em 1995. Seus resultados mostram que os neandertais tinham uma estratégia de sobrevivência mais complexa e superior ao que cogitava a comunidade científica. O estudo, publicado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, oferece novas provas para acabar com a idéia de que o Homo sapiens foi o único grupo capaz de explorar todos os recursos naturais, até os marítimos, [informou] o Centro Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha.

Segundo o estudo, os neandertais não só exploravam os recursos terrestres, mas possuíam conhecimento sobre a reprodução das focas e aproveitavam esse período para ocupar duas cavernas do penhasco: Vanguard e Gorham.

Em Vanguard, os paleontólogos descobriram vestígios de pelo menos três ocupações do grupo. Eles encontraram restos ósseos de focas que apresentavam marcas produzidas pela utilização de instrumentos de pedra para extrair a pele e a carne e, depois, quebrar os ossos para extrair a medula. Também foram encontrados restos de mamíferos marítimos de 28 mil anos [sic] em Gorham, associados à atividade predatória de neandertais.

Segundo o CSIC, isso indica o tempo em que eles estiveram na região e, possivelmente, constitui a última presença de neandertais conhecida antes de sua extinção.

Os pesquisadores sugerem ainda que a sobrevivência dos neandertais até tempos tardios em Gibraltar poderia ser conseqüência direta da boa adaptação ao meio e, portanto, “ao êxito de uma estratégia econômica, social e cultural complexa”.

Além disso, há evidências do uso do fogo para facilitar a extração de nutrientes, assim como indícios sobre sua alimentação, como suas próprias mordidas em determinadas presas.

(O Estado de São Paulo, 23/9)

Por: MIchelson Borges

“Fé” na evolução?


Geralmente em debates quando se levanta a questão da origem da vida, os darwinistas ortodoxos fundamentalistas xiitas dizem que isso é irrelevante na questão da evolução. Não é irrelevante. Se fosse, nossos melhores autores de livros-texto de Biologia do ensino médio como Amabis & Martho e outros autores abalizados não trariam mais a evolução química precedendo a evolução biológica nos seus livros didáticos. Que a origem da vida é uma questão relevante na temática da origem e evolução da vida fica bem patente nesta pérola de citação de um escritor científico:

“Acho falso argumentar que a origem da vida é irrelevante para a evolução. Ela não é menos relevante do que o Big Bang é para a física ou a cosmologia. A evolução deveria ser capaz de explicar, em teoria pelo menos, desde o começo até o primeiro organismo que podia se replicar através de processos biológicos ou químicos. E para compreender completamente aquele organismo, simplesmente teríamos que saber o que veio antes dele. E agora mesmo nem estamos próximo disso. Creio que uma explicação material será encontrada, mas aquela confiança vem da minha fé que a ciência é suficiente para a tarefa de explicação, em termos puramente materiais ou naturalistas, toda a história da vida. A minha fé está bem fundamentada, mas ainda é fé” (Gordy Slack, escritor de ciência evolucionista).

Uau! Fé na ciência? Mas que contra-senso, seu Slack? Você não foi um pouco “descuidado”, “negligente”, “lerdo”, “relaxado”, “desmazelado”, “frouxo demais”, “relapso”, “frouxo” [esses termos entre aspas são significados da palavra slack, em inglês] nessa sua “declaração de fé” na descrição aproximada da realidade fugaz e extremamente complexa dos fenômenos naturais que se deixam conhecer tão-somente em parte? Sr. Slack, felizmente, ainda bem, apesar da sua infeliz declaração, o máximo que a Nomenklatura científica irá fazer é puxar o seu “slack”, mas ela é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas dos oponentes e críticos dos paradigmas dominantes. Dos que ousam criticá-la, capice?

Paradigmas são pipas, papagaios, pandorgas, maranhões que os ventos epistêmicos atuais favorecem e alçam vôos magistrais e embelezam o céu acadêmico, até que surgem os ventos contrários das evidências no contexto de justificação teórica, e outros moleques vão empinar suas novas pipas, papagaios, pandorgas e maranhões.

Sr. Slack, a ciência é isso: empinar pipas enquanto os ventos são favoráveis.

Rubem Alves, filósofo e educador (Unicamp), diz que paradigmas são redes de pescar...

“Fé” na evolução? Parem imediatamente a ciência que eu quero descer! Aliás, eu já desci faz tempo. Em Piracicaba, 1998, após ler o livro A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe.

(Do blog Desafiando a Nomenklatura Científica)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Galileu tenta reconstruir Jesus (do jeito dela)


Tava demorando... Volta e meia, como os leitores deste blog bem sabem, as ditas revistas de divulgação científica populares do nosso país se aventuram por um terreno que não lhes pertence e dão lá seus escorregões. No afã de produzir capas vendedoras, não passa um ano sem que se aproveitem da pessoa de Jesus ou do cristianismo para produzir matérias tremendamente especulativas e tendenciosas.

Em sua edição de setembro, a revista Galileu trouxe como matéria principal a reportagem “CSI de Jesus”. Desta vez, foram mais amenos do que quando publicaram a matéria “Distorceram as palavras de Jesus?” (a qual comentei na postagem “Galileu distorce fatos sobre a Bíblia”, mas esse novo texto também tem lá suas incoerências e inverdades.

Logo de cara, a matéria afirma que Jesus “não tem data de nascimento ou morte registrada com segurança... Não deixou nada escrito de próprio punho (há até quem argumente que ele provavelmente era analfabeto). Não restou um único artefato do qual se possa dizer com certeza que pertenceu a ele. Os relatos de seus seguidores, escritos entre duas e seis décadas após a morte na cruz, falam com riqueza de detalhes de um período curtíssimo de sua vida adulta, elencando seus atos e ensinamentos, mas nos deixam no escuro sobre a maior parte de sua infância e adolescência, suas angústias pessoais e seu relacionamento com amigos e familiares”.

A verdade é que, para os que estudam a fundo a vida de Jesus e a cronologia bíblica, a data da morte do Mestre é bem conhecida (confira aqui). Quanto à alegação de que Ele poderia ser analfabeto, basta lembrar que Jesus escreveu com Seu dedo na areia os pecados dos homens que queriam apedrejar a mulher adúltera. Se esse pessoal lesse a Bíblia com mais atenção... Outra coisa: é bom lembrar que os evangelhos não são a biografia completa de Jesus (João mesmo admite isso no fim do seu evangelho [cf. João 21:25]). Eles tratam do que é essencial à salvação de todo aquele que aceita Jesus, portanto, focalizam o nascimento sobrenatural, o ministério, a morte e a ressurreição de Cristo.

A matéria de Galileu prossegue: “O chamado Jesus histórico é uma figura humilde, que coloca sua mensagem – o anúncio da chegada do Reino de Deus – acima de qualquer preocupação com sua própria importância. Não se comporta como uma entidade superpoderosa ou onisciente. E coloca em primeiro lugar a história e o destino do povo de Israel, ao qual pertence. É um Jesus que pode ajudar os cristãos a repensarem a origem de sua própria fé – mas dificilmente é uma ameaça a ela, a menos que se acredite que todo versículo dos Evangelhos é verdade literal, como se fosse um filme do que aconteceu no ano 30 d.C.”

Jesus Se tornou humilde, sim, para alcançar os humildes. Velou Sua divindade para andar com os pecadores e oferecer-lhes a salvação. Com isso, revelou o caráter misericordioso do Deus todo-poderoso. A afirmação de que os evangelhos não se tratam de “verdade literal” fica por conta da Galileu, que, no entanto, não pode provar isso.

Um dos principais entrevistados na matéria de Galileu é (pra variar) André Leonardo Chevitarese, historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Chevitarese, figura sempre presente nesse tipo de reportagem (será que é porque diz o que esse tipo de mídia quer ouvir?), afirma: “Em todo o mundo romano, o costume era abandonar o cadáver na cruz, para ser comido por abutres ou cães.” Ele também diz ser suspeita a figura de José de Arimatéia, judeu rico e simpatizante de Jesus que teria obtido Seu corpo e organizado o sepultamento, segundo os Evangelhos. “Camponeses como os seguidores de Jesus não teriam como se dirigir a Pilatos para exigir o corpo. Assim, os evangelistas têm o problema de explicar o sepultamento de Jesus e usam a figura de Arimatéia, que praticamente cai de pára-quedas na narrativa”, diz o historiador, que não explica o fato de que seria muito fácil para os judeus da época e mesmo para Pilatos contradizerem o relato dos discípulos, caso Arimatéia fosse mesmo um mito. Os evangelistas teriam armado uma armadilha para si mesmos e o cristianismo seria facilmente desmentido em sua origem. Mas não foi o que aconteceu porque ninguém pôde desmentir o relato histórico das testemunhas oculares de Jesus.

Aspectos positivos da reportagem

Como disse no início, essa reportagem é um tanto mais amena que outras publicadas pela Galileu e tem aspectos positivos, como a divulgação do registro de um crucificado judeu que teve um sepultamento digno – Yehohanan (João), filho de Hagakol, cujo ossuário foi descoberto por arqueólogos israelenses em 1968 (detalhe: o osso do calcanhar de Yehohanan ainda continha o cravo usado para pregá-lo na cruz). Essa descoberta mostra que era perfeitamente possível que Jesus também tivesse um sepultamento digno, apesar de Sua origem humilde e da morte humilhante na cruz.

Outra admissão interessante, nem sempre vista nesse tipo de reportagem: “Viciados em teorias da conspiração adoram a idéia: Jesus nunca teria existido. As histórias sobre sua vida, morte e ressurreição seriam mera colagem de mitos egípcios e babilônicos, com pitadas do Antigo Testamento para dar um saborzinho judaico. Na prática, Cristo não seria mais real do que Osíris ou Baal, deuses mitológicos que também morreram e ressuscitaram. No entanto, para a esmagadora maioria dos estudiosos, sejam eles homens de fé ou ateus, a tese não passa de bobagem. A figura de Jesus pode até ter ‘atraído’ elementos de mitos antigos para sua história, mas temos uma quantidade razoável de informações historicamente confiáveis, englobando pistas de fontes cristãs, judaicas e pagãs.

“Começamos, no Novo Testamento, com as cartas de São Paulo, escritas entre 20 e 30 anos após a crucificação do pregador de Nazaré. Cerca de 40 anos depois da morte de Jesus, surge o Evangelho de Marcos, o mais antigo da Bíblia; antes que o século 1 terminasse, os demais Evangelhos alcançaram a forma que conhecemos hoje. A distância temporal, em todos esses casos, é mais ou menos a mesma que separava o historiador Heródoto da época da guerra entre gregos e persas, que aconteceu entre 490 a.C. e 480 a.C. – e ninguém sai por aí dizendo que Heródoto inventou Leônidas, o rei casca-grossa de Esparta.

“Outra fonte crucial é Flávio Josefo, autor de Antiguidades Judaicas, também do século 1. O texto sofreu interferências de copistas cristãos, mas é possível determinar sua forma original, bastante neutra: Jesus seria um ‘mestre’, responsável por ‘feitos extraordinários’, crucificado a mando de Pilatos, cujos seguidores ainda existiam, apesar disso. Duas décadas depois, o historiador romano Tácito conta a mesma história básica, precisando que Jesus tinha morrido na época de Pilatos e do imperador Tibério (duas referências que batem com o Novo Testamento). Esses dados mostram duas coisas: a historicidade de Jesus e também sua relativa desimportância diante das autoridades romanas e judaicas, como um profeta marginal num canto remoto e pobre do Império Romano.”

A matéria cita também John P. Meier, professor da Universidade Notre Dame (EUA) e autor série de livros $sobre o Jesus histórico. Méier diz que Jesus resume e mistura o espiritual, o social e o político na frase-chave de Seu anúncio profético: o “Reino de Deus”. “[Jesus] não estava pregando a reforma do mundo; estava pregando o fim do mundo”, escreve o autor.

Outra escorregada

A certa altura, o texto da Galileu afirma que “é bem mais complicado afirmar se, durante sua vida terrena, Cristo considerava ser Deus encarnado, como defende o dogma cristão, ou mesmo se ele tinha consciência plena de que sua morte na cruz serviria para redimir a humanidade. ... Como judeu, seria impensável para Jesus se colocar publicamente como igual a Deus, afirma Luiz Felipe Ribeiro.”

De fato, seria “impensável”, tanto é que, quando Jesus afirma ser o “Eu Sou” (cf. Êxodo 3:14), os judeus tentam apedrejá-lo por blasfêmia (cf. João 8:56-59). Em diversas ocasiões Jesus deixou claro ou deu a entender que era divino. Por exemplo: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30); “Glorifica-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). Ele também perdoava pecados, um atributo divino, segundo a Bíblia. Se isso não é afirmação de divindade, o que é?

Apócrifos: muito barulho por nada

A reportagem termina com alguns comentários interessantes sobre textos que a própria mídia já usou muito para vender e especular: os apócrifos. “Para especialistas, esses escritos perdem importância quando se constata que eles tiveram como base os Evangelhos canônicos e seguiram o gnosticismo. ... Há pesquisadores que vasculham esses livros, muitos dos quais em estado fragmentário, em busca de informações valiosas que não teriam sido preservadas (ou teriam sido deliberadamente varridas para debaixo do tapete) pelos evangelistas oficiais. O esforço vale a pena? O mais provável é que não. ... O argumento de Meier é simples: é praticamente impossível demonstrar que os evangelhos apócrifos mais populares entre os historiadores, como o de Tomás e o de Pedro, não tenham, na verdade, usado como base os Evangelhos canônicos, os bons e velhos Mateus, Marcos, Lucas e João. Estruturas literárias básicas, como a ordem dos ditos de Jesus, parecem seguir de perto os textos canônicos. Além disso, a datação dos apócrifos aponta para uma composição décadas ou até séculos depois dos Evangelhos oficiais. E há alguns detalhes teológicos suspeitos nas narrativas apócrifas: muitos deles seguem o chamado gnosticismo, uma vertente esotérica do cristianismo primitivo que considerava o mundo material uma esfera corrompida e naturalmente ruim da existência e pregava o acesso a um conhecimento secreto para se libertar dele. A importância do apóstolo Tomé ou de Maria Madalena nos textos gnósticos provavelmente não tem a ver com o papel histórico desses personagens, mas com o uso deles como contraponto aos sucessores de apóstolos como Pedro e Paulo, principais líderes das comunidades cristãs após a morte de Jesus.”

CSI (sigla usada no título da matéria da Galileu), em inglês, significa Crime Scene Investigation. Creio que o maior “crime” da mídia tem sido o de não reconhecer – embora de vez em quando esbarrem nos fatos – que Jesus foi mais do que um simples judeu marginal: Ele é o Salvador do mundo, que mudou a História e quer fazer mais do que isso – quer mudar o coração das pessoas com Sua mensagem de esperança.

Por: Michelson Borges

Leia também: “Deus consciente ou mero sábio?”

Hollywood vai lançar heróis mais "obscuros"


Em Hollywood, às vezes US$ 390 milhões de bilheteria não são suficientes, haja vista que os estúdios Warner Bros decidiu engavetar os roteiros para uma continuação de "Superman", lançado em 2006, e iniciar do zero uma nova saga do herói. "'Superman' não funcionou como filme da maneira como queríamos", disse Jeff Robinov, presidente da Warner Bros, ao jornal Wall Street Journal. "Se 'Superman' tivesse funcionado em 2006, teríamos outro filme para esta Natal ou para o de 2009". ... [E por que não deu certo? Eis a resposta:] Na prática, isso quer dizer que o personagem, nascido nos quadrinhos, percorrerá o mesmo caminho de franquias como a do Batman ou a do Hulk, cujas novas obras começaram a ser construídas sem tomar como ponto de partida os filmes anteriormente levados à grande tela.

Hulk, por exemplo, renasceu em junho passado com muito mais ação [leia-se violência] e com uma equipe e um enfoque totalmente diferentes do longa dirigido pelo taiuanês Ang Lee em 2003, produção que foi recebida com certo desdém pelos fãs do personagem de Stan Lee e Jack Kirby.

Mas o espelho para o qual Robinov olha quando imagina relançar as aventuras do Super-Homem é, sem dúvida, "O Cavaleiro das Trevas", o segundo filme dirigido por Christopher Nolan sobre o Homem-Morcego, cuja profundidade psicológica encantou o público. ...

"Vamos tentar tornar os personagens mais obscuros", declarou Robinov. "O objetivo a longo prazo do estúdio é tirar vantagem do mercado global através de filmes de grande orçamento que requerem um maior compromisso." ...

Os estúdios Marvel, que concorrem com a Warner Bros, também não ficarão de braços cruzados, e, depois do sucesso de "Homem de Ferro", antes de 2011 lançarão uma seqüência dessa produção, além de "Os Vingadores", "Capitão América" e "Thor".

Por sua vez, Robinov confirmou que entre os planos da Warner Bros estão um novo longa sobre Batman e o lançamento de aventuras com Flash Gordon, Lanterna Verde e Mulher Maravilha, embora o anúncio oficial só esteveja prevista para setembro.

(G1 Notícias)

Nota: A tendência comum da valorização do anti-herói (Spawn, Hellboy, etc.), tão comum nos quadrinhos, está invadindo também os filmes. Até os heróis "do bem" como o Superman não estão escapando dessa tendência. As pessoas estão preferindo personagens mais sombrios e violentos. Pena.[MB]

Por: Michelson Borges

O impacto de uma revista histórica


O evangelismo por meio de impressos na Igreja Adventista do Sétimo Dia teve início em julho de 1849, com a publicação da revista The Present Truth (A Verdade Presente). De lá para cá, bilhões de páginas têm sido produzidas pela meia centena de editoras adventistas espalhadas pelo mundo. Páginas cujo objetivo principal é levar esperança a todos os cantos do planeta.

No dia 6 de setembro, a igreja adventista na América do Sul vai realizar uma distribuição de impressos sem precedentes em sua história: 20 milhões de revistas Viva com Esperança serão entregues às famílias brasileiras.

Tive o prazer e o privilégio de escrever o primeiro artigo dessa revista, intitulado “Esperança para vencer os traumas emocionais”. Lembro-me bem do dia em que o escrevi. Era 7 de janeiro e eu estava num quarto de hospital, em Tatuí, aguardando minha esposa retornar da sala de cirurgia. Ela havia sido submetida a uma colecistectomia (extração da vesícula biliar). Enquanto orava por ela, também pedi a Deus que me iluminasse a mente a fim de que pudesse digitar palavras capazes de tocar mentes e corações. Liguei o notebook e o texto fluiu. Quando a Débora chegou ao quarto, o artigo estava pronto. Uma oração e dois pedidos atendidos!

Toda a revista Viva com Esperança foi escrita “com os joelhos”. Os adventistas que se envolverem nesse projeto de distribuição em massa podem ter certeza de que tudo foi feito com muita oração e dedicação – desde a redação ao acabamento.

Tenho certeza de que Deus abençoará a distribuição desses milhões de revistas que vão impactar a vida de muita gente com a maior de todas as notícias: a volta de Jesus.

Amanhã, os mais de 300 servidores da Casa Publicadora Brasileira irão para a cidade de Tietê (próxima de Tatuí) e darão abertura ao projeto “Impacto Esperança”, distribuindo os primeiros exemplares da revista que ajudaram a produzir.

Depois conto como foi...

Por: Michelson Borges

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"Darwianismo"


Nos últimos seis anos, o "pastor evangelista" Michael Dowd tem ido de púlpito a púlpito pregando o evangelho - não, não as boas-novas da salvação através de Jesus Cristo, mas da libertação e autoridade através de Charles Darwin. O que isso significa? "[Darwin nos dá] um modo muito mais empírico de falar sobre a natureza humana do que através de histórias como a do pecado original."

Como Yudhijit Bhattacharjee do New York Times escreve: "Explica nossas fragilidades, nossos vícios, nossas infidelidades e outras deficiências morais como subprodutos da adaptação ao longo de bilhões de anos. E isso, [Dowd] diz, tem um efeito potencialmente libertador: não importa a culpa; uma vez que entendamos nossos caminhos pecaminosos, podemos deixá-los e desempenhar um papel consciente na evolução da humanidade."

Considere Bob Miller, um octogenário cuja seqüência de infidelidades, décadas atrás, o levou ao divórcio, exatamente quando estava ascendendo à escada da corporação. Por anos Miller lutou para entender seu comportamento e as forças por trás disso. Então, em uma cruzada, Dowd veio à igreja de Miller. Lá, o Reverendo "explicou" a origem evolutiva do comportamento humano, e "Eureka!": Miller entendeu que a culpada por suas deficiências não era sua natureza caída, mas a testosterona elevada, adquirida por seu sucesso combinado. Liberto do fardo da culpa, Miller reflete: "Eu acho que a mudança física em meu corpo foi tão forte que ela subjugou qualquer ensino moral e crença religiosa que eu tive."

Agora você compreende - a ciência explica! Não é do coração que os maus pensamentos, assassinato, adultério e imoralidade sexual vêm; é de uma lei física trabalhando em nossa química. Você se sente melhor agora?

Agora Michael Dowd está vendendo seu novo livro Thank God for Evolution (Graças a Deus pela Evolução) com "Fatos que são a língua nativa de Deus". É uma boa frase de efeito! Realmente, os fatos são a língua nativa de Deus; fatos como:

• A evolução darwiniana nunca foi observada ou reproduzida mesmo em microorganismos cujos índices explosivos de réplicas garantiriam sua validade.

• Baseado no acaso, em processo não dirigido, a evolução darwiniana não têm força de predição. Conseqüentemente, a evolução darwiniana não tem contribuído para um único avanço tecnológico ou médico desde que ela foi conjeturada há 150 anos.

• A informação, como a encontrada no DNA, é conhecida empiricamente por se originar somente de causas inteligentes.

• Não tem havido tempo suficiente para o gene mais simples, muito menos para o organismo mais simples, desenvolver-se de um processo não inteligente, mesmo que sejam dados todos os ingredientes químicos necessários.

• E também há o fato da entropia, a lei universal da física que leva os sistemas a ir de mal a pior, a menos que afetados por uma aplicação racional de energia.

Mas de algum modo eu duvido que você encontrará esses fatos em Thank God for Evolution. Alguns você achará, de acordo com o autor, que são "muitas das doutrinas centrais do cristianismo - pecado, salvação, o reino de Deus, céu e inferno, Jesus como o caminho de Deus, a verdade e a vida" desempacotadas de "uma forma inegável e realista deste mundo".

Dowd representa isso, ilustrativamente, com um logo na van que ele e sua esposa usam em seu serviço "domiciliar". Ele mostra dois peixes se beijando: um com o nome de "Jesus" e o outro com o nome "Darwin".

Dowd chama sua perspectiva teológica de "criateística". Seria "cre-ateística?" Parece que sim, considerando que sua esposa, a qual ele descreve como sua "companheira de missão" seja uma ateísta.

(ThePoint)

Por: Michelson Borges