
“Elcana e Ana: cumprindo um voto”
Leitura da Semana: 1 Samuel 1:1 a 2:26
Introdução
Nessa semana estudaremos a experiência de uma família que em certa medida repetiu os erros do passado. Mas, tinha alguns diferenciais raros para a época em que viveram. Entre suas falhas e acertos nos deixaram bons exemplos de respeito mútuo, firmeza no cumprimento dos princípios e confiança na direção divina - apesar dos fracassos do povo de Deus e da liderança religiosa da época.
Acertos, Erros e Conseqüências
Ao falar de Elcana, a bíblia apresenta um homem bondoso para com sua família. Religioso também, apesar de ser forçado a conviver com dois sacerdotes corruptos: os filhos de Eli. Esses, além de desonestidade e violência aos serviços de adoração, adulteravam com as mulheres que prestavam serviços no templo (essas mulheres poderiam ser musicistas ou trabalhar em atividades como limpeza ou costura – veja nota explicativa na Bíblia de Estudo Vida). Ao que parece Elcana tinha um compromisso com Deus. Se aquela gente ia além do que devia, ele permanecia prestando seu culto de acordo com as verdades nas quais acreditava.
No entanto, apenas para variar um pouco, Elcana também caiu na armadilha da poligamia. E como já era de se esperar esse comportamento dificultou a boa convivência entre os membros daquela família. Embora sendo uma pessoa de bom juízo, quando falhou nesse ponto foi forçado a sofrer as conseqüências, o que quase sempre é inevitável. Digo “quase sempre” porque Deus pode aliviar as conseqüências do pecado, se assim quiser.
No segundo livro de Crônicas, capítulo 7 verso 14, lemos: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” Mediante o arrependimento e mudança de comportamento daquele povo, Deus disse que curaria a Terra. Quer dizer, retiraria os juízos que Ele mesmo prometeu enviar em resposta à desobediência. Ou seja, os pecadores arrependidos estariam livres das conseqüências de seus atos. Deus é soberano, se é assim que Ele quer, assim será.
No caso de Elcana, infelizmente, não era possível dar um sumiço nos resultados de sua escolha. Afinal, o que Deus poderia fazer para aliviar a situação aquela família? Poderia fazer a provocadora Penina desaparecer num instante? Talvez tocar fogo nela!? Ou regredir o tempo dando uma nova oportunidade para que Elcana se casasse apenas com Ana, esperando com paciência a cura de sua esterilidade? Fica bem claro que, em algumas circunstâncias, ou na maioria das vezes, os nós que o diabo dá, só serão desatados na eternidade. Por isso, o melhor é não pecar!
Problemas e Soluções
Quando falhamos no cumprimento dos princípios divinos, coisas que nos trariam alegria se tornam um tormento. Inclusive as atividades relacionadas com Deus e sua igreja. Era o caso de Elcana, Ana e Penina. Nos dias do Antigo Testamento, o povo deveria comparecer a três festas religiosas anuais:
1. Páscoa . Realizava-se no dia 14 do primeiro mês nisã, ou abibe (abril) a fim de comemorar o êxodo do Egito: Lv 23:6; Nm 9:5; Js 5:10; 2Rs 23:22; 2Cr 35:1; Mt 26:17; Lc 2:41; 22:15; Hb 11:28.
2. Pentecoste, ou Festa das Semanas. Realizava-se ao fim da sega do trigo, no dia 6 do terceiro mês sivã (junho), para comemorar a entrega da Lei: Êx 23:16; 34:22; Lv 23:16; Nm 28:26; Dt 16:10; At 2:1.
3. Cabanas, ou Tabernáculos, ou Convocação. Realizava-se de 15 a 22 do sétimo mês tisri, ou etanim (outubro), em ação de graças pela colheita. O povo habitava em tendas a fim de comemorar a vida no deserto: Lv 23:34,39; Nm 29:12; Dt 16:13; 2Cr 8:13; Ed 3:4; Ne 8:14; Zc 14:16; Jo 7:2.
Eram boas oportunidades para a confraternização entre o povo e as respectivas famílias. Mas Ana não esperava esses momentos com muita ansiedade. Eram as ocasiões “espirituais” nas quais Penina aproveitava para alfinetar a esposa rival. A situação levou Ana a buscar uma solução sobrenatural. Pediu a Deus um filho. Fez uma promessa. Eli, mesmo sem saber detalhes sobre o caso, a abençoou dizendo: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu”. 1 Samuel 1:17. Então uma criança nasceu. Nesse caso Deus atendeu a um pedido desesperado. Mas, embora a bíblia e Ellen White afirmem que Ele se importa com o sofrimento humano, todo mundo sabe que nem sempre o Pai responde como gostaríamos.
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” Romanos 8:28 (NIV). Não é muito fácil assimilar esse pensamento quando nos deparamos com o sofrimento e a decepção. Mas, se você escolher continuar acreditando em Deus, esse é o único caminho possível. Creio que Ele valoriza mais, ou está mais empenhado em nossa salvação eterna do que em resolver todos nossos problemas – pequenos ou grandes – desta vida. Tudo bem que não é muito agradável ouvir isso, mas parecer retratar a realidade. E se pensarmos bem, é a única solução definitiva para todo tipo de sofrimento. Jesus ressuscitou Lázaro apenas para que ele morresse de novo mais tarde. Quer dizer, se nossa expectativa do poder e da bondade de Deus se restringe a essa vida, não temos nada.
Deixando Uma Boa Impressão
Uma das principais preocupações de Elcana era não impedir que o plano de Deus se realizasse. Talvez por essa razão, embora tivesse o direito de vetar o voto de Ana, não o fez. Enfrentaria a saudade deixada pela separação da criança. Para Ana também não deve ter sido nada fácil. Afinal, amor de mãe não é brincadeira. Mas ela deixa um exemplo de fé, coragem e fidelidade ao princípio. Tem gente que não faz o que é errado por falta de oportunidade. Mas há quem faça o que é certo por princípios. Ana era assim. Para ficar com o filho, poderia dar a desculpa de que os serviços do Templo não eram bem administrados, ou que os sacerdotes eram corruptos. E eram. Mas nada disso impediu aquele casal de deixar um exemplo de fé para quem viesse depois. O pouco que a bíblia relata a respeito deles nos deixa uma boa impressão de ambos.
Como as pessoas se lembrarão de nós? Se você olhar somente para o próprio umbigo, talvez diga que não se importa com o que os outros pensam a seu respeito. Mas se entender que sua história pode levar outras pessoas a uma vida melhor nessa Terra e ainda encontrarem o caminho para céu, aí as coisas mudam de perspectiva. Que bom se, além de lembrar de nossos defeitos, as pessoas tenham também boas razões para nos imitar.
Leitura da Semana: 1 Samuel 1:1 a 2:26
Introdução
Nessa semana estudaremos a experiência de uma família que em certa medida repetiu os erros do passado. Mas, tinha alguns diferenciais raros para a época em que viveram. Entre suas falhas e acertos nos deixaram bons exemplos de respeito mútuo, firmeza no cumprimento dos princípios e confiança na direção divina - apesar dos fracassos do povo de Deus e da liderança religiosa da época.
Acertos, Erros e Conseqüências
Ao falar de Elcana, a bíblia apresenta um homem bondoso para com sua família. Religioso também, apesar de ser forçado a conviver com dois sacerdotes corruptos: os filhos de Eli. Esses, além de desonestidade e violência aos serviços de adoração, adulteravam com as mulheres que prestavam serviços no templo (essas mulheres poderiam ser musicistas ou trabalhar em atividades como limpeza ou costura – veja nota explicativa na Bíblia de Estudo Vida). Ao que parece Elcana tinha um compromisso com Deus. Se aquela gente ia além do que devia, ele permanecia prestando seu culto de acordo com as verdades nas quais acreditava.
No entanto, apenas para variar um pouco, Elcana também caiu na armadilha da poligamia. E como já era de se esperar esse comportamento dificultou a boa convivência entre os membros daquela família. Embora sendo uma pessoa de bom juízo, quando falhou nesse ponto foi forçado a sofrer as conseqüências, o que quase sempre é inevitável. Digo “quase sempre” porque Deus pode aliviar as conseqüências do pecado, se assim quiser.
No segundo livro de Crônicas, capítulo 7 verso 14, lemos: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” Mediante o arrependimento e mudança de comportamento daquele povo, Deus disse que curaria a Terra. Quer dizer, retiraria os juízos que Ele mesmo prometeu enviar em resposta à desobediência. Ou seja, os pecadores arrependidos estariam livres das conseqüências de seus atos. Deus é soberano, se é assim que Ele quer, assim será.
No caso de Elcana, infelizmente, não era possível dar um sumiço nos resultados de sua escolha. Afinal, o que Deus poderia fazer para aliviar a situação aquela família? Poderia fazer a provocadora Penina desaparecer num instante? Talvez tocar fogo nela!? Ou regredir o tempo dando uma nova oportunidade para que Elcana se casasse apenas com Ana, esperando com paciência a cura de sua esterilidade? Fica bem claro que, em algumas circunstâncias, ou na maioria das vezes, os nós que o diabo dá, só serão desatados na eternidade. Por isso, o melhor é não pecar!
Problemas e Soluções
Quando falhamos no cumprimento dos princípios divinos, coisas que nos trariam alegria se tornam um tormento. Inclusive as atividades relacionadas com Deus e sua igreja. Era o caso de Elcana, Ana e Penina. Nos dias do Antigo Testamento, o povo deveria comparecer a três festas religiosas anuais:
1. Páscoa . Realizava-se no dia 14 do primeiro mês nisã, ou abibe (abril) a fim de comemorar o êxodo do Egito: Lv 23:6; Nm 9:5; Js 5:10; 2Rs 23:22; 2Cr 35:1; Mt 26:17; Lc 2:41; 22:15; Hb 11:28.
2. Pentecoste, ou Festa das Semanas. Realizava-se ao fim da sega do trigo, no dia 6 do terceiro mês sivã (junho), para comemorar a entrega da Lei: Êx 23:16; 34:22; Lv 23:16; Nm 28:26; Dt 16:10; At 2:1.
3. Cabanas, ou Tabernáculos, ou Convocação. Realizava-se de 15 a 22 do sétimo mês tisri, ou etanim (outubro), em ação de graças pela colheita. O povo habitava em tendas a fim de comemorar a vida no deserto: Lv 23:34,39; Nm 29:12; Dt 16:13; 2Cr 8:13; Ed 3:4; Ne 8:14; Zc 14:16; Jo 7:2.
Eram boas oportunidades para a confraternização entre o povo e as respectivas famílias. Mas Ana não esperava esses momentos com muita ansiedade. Eram as ocasiões “espirituais” nas quais Penina aproveitava para alfinetar a esposa rival. A situação levou Ana a buscar uma solução sobrenatural. Pediu a Deus um filho. Fez uma promessa. Eli, mesmo sem saber detalhes sobre o caso, a abençoou dizendo: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu”. 1 Samuel 1:17. Então uma criança nasceu. Nesse caso Deus atendeu a um pedido desesperado. Mas, embora a bíblia e Ellen White afirmem que Ele se importa com o sofrimento humano, todo mundo sabe que nem sempre o Pai responde como gostaríamos.
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” Romanos 8:28 (NIV). Não é muito fácil assimilar esse pensamento quando nos deparamos com o sofrimento e a decepção. Mas, se você escolher continuar acreditando em Deus, esse é o único caminho possível. Creio que Ele valoriza mais, ou está mais empenhado em nossa salvação eterna do que em resolver todos nossos problemas – pequenos ou grandes – desta vida. Tudo bem que não é muito agradável ouvir isso, mas parecer retratar a realidade. E se pensarmos bem, é a única solução definitiva para todo tipo de sofrimento. Jesus ressuscitou Lázaro apenas para que ele morresse de novo mais tarde. Quer dizer, se nossa expectativa do poder e da bondade de Deus se restringe a essa vida, não temos nada.
Deixando Uma Boa Impressão
Uma das principais preocupações de Elcana era não impedir que o plano de Deus se realizasse. Talvez por essa razão, embora tivesse o direito de vetar o voto de Ana, não o fez. Enfrentaria a saudade deixada pela separação da criança. Para Ana também não deve ter sido nada fácil. Afinal, amor de mãe não é brincadeira. Mas ela deixa um exemplo de fé, coragem e fidelidade ao princípio. Tem gente que não faz o que é errado por falta de oportunidade. Mas há quem faça o que é certo por princípios. Ana era assim. Para ficar com o filho, poderia dar a desculpa de que os serviços do Templo não eram bem administrados, ou que os sacerdotes eram corruptos. E eram. Mas nada disso impediu aquele casal de deixar um exemplo de fé para quem viesse depois. O pouco que a bíblia relata a respeito deles nos deixa uma boa impressão de ambos.
Como as pessoas se lembrarão de nós? Se você olhar somente para o próprio umbigo, talvez diga que não se importa com o que os outros pensam a seu respeito. Mas se entender que sua história pode levar outras pessoas a uma vida melhor nessa Terra e ainda encontrarem o caminho para céu, aí as coisas mudam de perspectiva. Que bom se, além de lembrar de nossos defeitos, as pessoas tenham também boas razões para nos imitar.
Por: Denis Konrado Fehlauer
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