
Jesus Cristo novamente é capa de uma revista semanal brasileira. Desta vez foi a IstoÉ, uma das três mais conhecidas publicações semanais de nosso país. E novamente sob um prisma polêmico, afinal de contas, o sensacionalismo religioso é que tem garantido certamente boas vendas nos últimos tempos em todo mundo.
A reportagem, na verdade, apresenta trechos de um novo livro Cristo Senhor (que está chegando ao Brasil), escrito pela norte-americana Anne Rice, autora da conhecida obra Entrevista Com o Vampiro e de outros livros na mesma linha de bruxas e vampiros. Dizendo-se reconvertida ao catolicismo, ela lançou o novo livro que pretende abordar, entre outras questões, a infância de Jesus Cristo, especialmente após a fuga do Egito com os pais.
Segundo a reportagem da IstoÉ, em Cristo Senhor, que ficou três meses na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times, o narrador é o filho de Maria, com a idade de sete anos. É uma ficção reforçada pelos textos não sacramentados pela Igreja Católica. A autora assegura, porém, ter se disciplinado para não contradizer o que está na Bíblia.Como não li o livro, evidentemente não vou tecer comentários a respeito do que está escrito na obra.
Prefiro falar sobre essa tendência de se criar uma atmosfera sensacionalista em torno da biografia de Jesus Cristo com a nítida intenção de ganhar dinheiro na comercialização de livros, DVDs e outros produtos. Porque o sensacionalismo religioso, tão em voga atualmente, só pretende dar popularidade a quem realiza tais obras. Não vem com a proposta de consolidar a fé e a religiosidade das pessoas e nem de fortalecer os escritos bíblicos. Não serve, também, para ajudar os fiéis cristãos a verem Jesus Cristo como Deus, tal qual descrito nos evangelhos e demais textos das Sagradas Escrituras. É para alavancar vendas em um segmento com profundo interesse popular.Trata-se de uma cadeia de interesses comerciais.
O livro vende bem e dá matéria na revista que também pode vender mais por causa disso. Conseqüentemente, o livro passa a vender mais ainda e quem sabe se transforma em filme. O filme vende bem e gera interesse para se produzir uma série. A série vende bem e pode até se transformar em um seriado - e assim continua o ciclo do sensacionalismo religioso, baseado exclusivamente em textos chamados apócrifos. Alguns, diga-se de passagem, como já comprovado no caso do livro O Código da Vinci, encontrados em pedaços que mal se encaixavam e cujo conteúdo ainda não está completamente esclarecido. Mesmo assim, a irresponsabilidade de quem só quer ganhar dinheiro e fama com especulações da vida de Jesus Cristo continua firme e forte.
Obras sensasionalistas sobre a vida de Jesus não são novidade. Leia também "Operação Cavalo de Tróia".
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