
Em vez de procurar as grandes igrejas, cada vez mais fiéis embarcam em viagens espirituais ao lado de gente da sua tribo. O resultado é que hoje surfistas, roqueiros e até soldados do Bope têm templos para cultivar a sua fé.
No telhado de um pequeno edifício, de onde se tem uma vista de cartão-postal da baía de Guanabara, cerca de 30 homens estão reunidos em silêncio. A concentração e as Bíblias que alguns portam mostram que um culto evangélico está para começar. Um homem moreno sobe ao púlpito e, após um depoimento emocionado, convida os demais a cantarem juntos um hit gospel.
Pode-se sentir a emoção no ar à medida que a música cresce: "Toda a igreja louva ao Senhor / Posso até chorar / Mas a alegria vem de manhã / É Deus perto e não longe". O ritual se parece com outras centenas de cultos celebrados no Rio de Janeiro todos os dias. Mas a cerimônia acontece no Bope, o batalhão de operações especiais da PM carioca.
Em visita à unidade, uma desembargadora diz: "Achava impossível ver soldados do Bope louvando a Deus". O que ela talvez não saiba é que há hoje no Brasil outros cultos destinados a grupos que passam longe do estereótipo do crente tradicional, como rappers e fãs de rock pesado.
Fonte: Revista Galileu
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