
Certo dia um professor com doutorado na área de Física me disse que, em sua opinião, o único campo do conhecimento humano que oferece provas incontestáveis é a matemática. Recentemente assisti uma palestra na qual o orador discorria sobre a ciência e a Bíblia. Descobri, entre outras coisas, que se há algo em comum entre o Criacionismo Bíblico e o Evolucionismo, é o fato de que nem um dos dois pode “provar” suas propostas. O tema da lição dessa semana pode ser introduzido dentro desse contexto. Eu diria que não podemos oferecer provas de que a ressurreição realmente existiu. Em contrapartida, aqueles que não acreditam nela também não podem provar que ela não existiu. Empatamos. Isso quer dizer que se os incrédulos tiverem razão, todos morreremos. Paciência. Mas se os cristãos estiverem certos, aqueles que creram irão viver as delícias da eternidade. Para os que aceitam a veracidade do evento as próximas linhas irão comentar um pouquinho sobre esse assunto tão fascinante: A ressurreição de Jesus Cristo e o que ela significa para nós.
Ao ver Jesus no domingo de manhã, os discípulos pensaram que estavam diante de algo como um espírito: “Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (Lucas 24:38-39 RA). Jesus estava dizendo que era um ser real e não abstrato. O salvador deixou claro que não era uma aparição ou invenção da imaginação deles. É importante lembrar que na bíblia os anjos também são chamados de espíritos (pneuma): “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14 RA). Então O Jesus ressuscitado também não era um anjo. Na verdade Ele se apresentou como um ser humano glorificado. E assim Ele foi morar novamente nas cortes celestiais (veja o Comentário Bíblico Adventista em Inglês, Volume 5, página 885). No entanto Ele não é como nós. Nós é que seremos como Ele É no dia de Sua Segunda Vinda: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” (1 João 3:2 RA).
Enquanto não experimentamos essa transformação do corpo (“num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.”- 1 Coríntios 15:52 RA ) e os mortos não ouvirem a Sua voz para sair do túmulo (“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:”- João 5:28 RA), podemos experimentar o poder da ressurreição na vitória contra o pecado. E esse não é um milagre pequeno. Basta lembrarmos o quão difícil é se desvencilhar de hábitos acariciados. O pecado tem o poder de escravizar. Paulo diz que nesse processo somos consideramos como mortos espirituais, mas pelo poder de Cristo podemos ter vida novamente: “e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos,” (Efésios 2:5 RA).
Deixar de ser um morto vivo é uma idéia bastante estimulante. Na prática a perspectiva da ressurreição e da posse da vida eterna é a maior esperança e/ou força motivadora que encontramos na religião. Muitos cristãos são seduzidos pelas religiões que prometem prosperidade aqui e agora sem perceber que se não tiverem vida eterna nada disso tem significado. O que há de mais caro nesse mundo perde o valor do dia para a noite quando a vida é ameaçada. Por isso a ressurreição é importante. Ao longo da história filósofos, pensadores e místicos procuraram respostas para nossa finitude. Há explicações das mais curiosas, desde a desintegração da alma posteriormente sendo absorvida pelo universo até intermináveis reencarnações. A bíblia, no entanto, insiste na tese da ressurreição. Como dissemos no início, não podemos prová-la, cada um pode escolher crer no que bem quiser. Mas a promessa da reconstituição do ser completo, acompanhada de um reencontro com aqueles a quem amamos, me parece bem mais coerente com um Deus amoroso. Dessa esperança eu não abro mão. E você?
Pr. Denis Konrado Fehlauer
Pastoral Universitária
UNASP Campus SP
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