
Mesma roupa, personagens e gráficos reformulados: mistura
entre realismo e animê na nova/velha aposta da Capcom
"Shoryuken!", "Hadouken!" – esse era o grito que ecoava dos fundos das máquinas de fliperama, onde jogadores nervosos apostavam suas fichas em batalhas sanguinárias. Para quem viveu a adolescência na década de 90 é impossível não saber que estou falando de um dos jogos de luta mais aclamados do gênero: Street Fighter. Para comemorar os vinte anos da série, a Capcom, empresa que criou e comercializou o game, lança sua nova versão: Street Fighter IV.
A idéia é agradar os saudosos fãs e agregar novos jogadores. E não duvido de que muito marmanjo deverá se esquecer da família para “matar a saudade”, visitando países para desafiar campeões locais nas diversas telas do Street Fighter.
Não estou me baseando em nenhuma pesquisa, mas penso que um dos maiores públicos de jogos eletrônicos sejam jovens adultos do sexo masculino. Ainda mais no caso de jogos de luta ou que envolvam cumprimento de missões (sangrentas). Afinal, jogar é pura adrenalina!
Mas seria correto gastar de tempo precioso e sagrado, abdicando, muitas vezes, de responsabilidades ou roubando o tempo da família, para se entreter com um jogo (qualquer deles), cujom prazer esteja em matar um inimigo? Que espécie de valores se absorve deste tipo de passa-tempo?
“É somente um jogo”, argumentariam alguns. Entretanto, somos advertidos, como cristãos, a ocupar nossos pensamentos com aquilo que é “verdadeiro”, “nobre”, “correto”, “puro”, “amável”, “de boa fama”, que tenha “algo de excelente” e seja “digno de louvor” (Filipenses 4:8). A “homarada” de plantão me ajude aí: será que o street se encaixa nos padrões do apóstolo Paulo?
Yoshi Ono, responsável pela reinvenção da série, baseou-se na segunda versão do Street, num processo que ele descreveu dizendo se “‘[…]como ler a Bíblia: ao jogar SFII [Street Fighter II] consigo ter a motivação de fazer o novo título agradar a todo mundo’.”[1] Será que muitos também não estão se devotando às diversões eletrônicas de tal maneira que estejam roubando o tempo dedicado à Bíblia ou à prática de atividades mais sadias?
[1] Maurício Cadarn, “Street Fighter IV”, publicado em “Dicas e truques para Playstation”, ed. Europa, nº 111, Ano 10, Abril 2008, seção preview, p. 26.
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