sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Decepção


Veja este texto do site Terra: “Um pastor foi condenado nesta quinta-feira pela Justiça de Santa Catarina a 71 anos de prisão pelos crimes de estupro e abuso sexual contra duas crianças na cidade de Blumenau (SC), localizada a cerca de 200 km de Florianópolis.”Não vou citar o nome do tal pastor e muito menos a sua igreja, se você deseja saber entre no site http://www.terra.com.br/.


Mas é importante citar que este indivíduo era casado e pai de três fihos. As crianças que sofreram o abuso eram um menino de 10 anos e uma menina de 8 anos.Já havia se passado algum tempo desde que ocorreram os estupros. Mas o fato se repetiu algumas vezes e, segundo a justiça, era ganhando a confiança da família, fingindo fazer o que realmente deveria estar fazendo, ou seja, ajudar na educação das crianças de sua igreja, que ele obtinha a tranqüilidade necessária para praticar o crime.


Se não bastasse toda a vergonha a que expôs sua família, sua igreja, e a Palavra que pregava, teve que ouvir do Juiz, mais que uma sentença de 71 anos de prisão. Com muita propriedade ele chamou a atenção do réu, que como homem de Deus, ou melhor, “na condição de pastor religioso” – foram estas as palavras, o acusaso (digo acusado para não citar o nome) “deveria ter seguido os mandamentos da Bíblia.”

Mas não parou aí! O Juíz, de Blumenau (me permitam não citar o nome também, mesmo que seja merecedor), ainda citou a Palavra que o tal pastor deveria estar seguindo, finalizando o evento. Ele leu Lucas 18:16 - "Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus".Nossa justiça vai ainda permitir que o Pastor recorra da decisão. Mas esta é outra história, cabe-nos deixar a justiça trabalhar e Deus também.Nesta mesma reportagem, havia links para outros assuntos semelhantes, veja:Preso professor suspeito de abusoPadre é suspeito de corrupção de menorPai é suspeito de abusar da filha


Vamos ver quem são os sujeitos: Professor, Padre, Pai e Pastor. Claro que esta lista é longa, mas estas são as pessoas em que mais deveríamos confiar. O Pai é o que ama, dá proteção, garante crescimento e vida. Professor é o que, em tese, passa mais tempo com nossos filhos do que nós mesmos, portanto, pessoa de confiança, educador, orientador.


Quanto a Padre e Pastor, não sei se eu teria mais o que dizer, pois o Juiz já disse e as atribuições destes são semelhantes as do Pai e Professor.Embora eu não tenha dito o nome do pastor e sua igreja, quero afirmar que estas são as exceções, não a regra. Pai, Professor, Padre, Pastor, nos chamam a atenção porque fizeram justamente o que todos não esperavam. Representam tudo aquilo que a sociedade repudia.


São modelos, exemplos. Pessoas com a missão de proteger e salvar, é por esse motivo que são elas que mais decepcionam, e maior impacto causa a sociedade.Crianças, mulheres e idosos sofrem abusos diariamente. Muitos noticiários ainda nos permitem saber de alguma coisa, já que dizem que a maioria não sabemos porque não há denúncia. Nos chama atenção pela brutalidade e desumanidade, eu diria, irracionalidade.


Mas se um destes personagens citados acima, está envolvido, parece que perdemos a fé e a esperança de um futuro melhor.Mas há esperança! Não perca a fé! Quero reafirmar que estas pessoas não são a maioria. Ainda podemos lutar, ainda podemos acreditar, ainda podemos ter um futuro melhor. São estas crianças, hoje violentadas ou excluídas parte de nossa esperança. Sim! Um grande paradoxo! Mas, é assim que caminhamos, cheios de contradições.


Não podemos parar, temos que continuar crescendo, acreditando e tendo esperança.Sou Pastor e aos pastores quero deixar um recado através das palavras de Horatius A. Bonar, ele diz: “O verdadeiro pastor deve ser um verdadeiro cristão. ...Tem sido dito com certa freqüência que, ‘o caminho para o céu está bloqueado com mestres mortos.’ Será que a obstrução reinante é causada apenas pelos membros da igreja? Vamos olhar para nós mesmos com maior cuidado.” Um recado para ganhadores de almas, 15.



Paulo Ramos - Coordenador Geral do ARCRON

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