sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

LIÇÃO 13 - Cristo no crisol


Você já deve ter se sentido desconfortável ao chegar num ambiente totalmente novo e desconhecido, onde os costumes, linguagem, hábitos alimentares e outras coisas mais são diferentes daqueles aos quais você estava acostumado. A situação piora quando precisamos conviver de perto com práticas contrárias a tudo aquilo que consideramos correto. Pode ser a festa de confraternização na empresa, o dia a dia na faculdade, o novo local para onde mudamos, o casamento (nosso ou de nossos filhos) com alguém com crenças diferentes, etc. É verdade que alguns acabam se acostumando com as “novidades” e dentro de pouco tempo o que era considerado pecado se torna artigo comum. Outros nunca cedem e sofrem pressões durante toda uma vida.

Agora tente imaginar Cristo se deslocando do céu para esse planeta escuro. Creio que nunca poderemos avaliar corretamente a situação. Muito menos enquanto não experimentarmos as delícias da eternidade. Mas, se você já viveu algo parecido com o que foi descrito no parágrafo anterior, faça um esforço para pensar no que Jesus deve ter sentido ao se encontrar rodeado pelo pecado e suas conseqüências. Quem sabe o Filho pródigo possa ilustrar a situação: saiu do conforto da casa do pai para viver no meio dos porcos, lama, lavagem e excremento.

Vivendo num mundo de pecado, Cristo também suportou suas conseqüências. Foi alvo de preconceito, sofreu oposição, dúvida, ódio e incompreensão. Profetizou o futuro das pessoas que amava mas que se colocavam fora de Seu alcance: doença, sofrimento, decepção, tristeza e finalmente a morte eterna. Deve ter se sentido mais ou menos como aqueles pais que, impotentes, assistem seus filhos cavarem a própria sepultura enquanto convivem com más companhias, vícios e prazeres ilícitos.

Apesar de ser rejeitado como pai, conselheiro e salvador, Jesus Cristo se entregou pela humanidade. Sobre Ele estava a culpa acumulada da raça humana. Se você já experimentou o mal estar que a culpa traz devido a uma única atitude errada, tente reproduzir o que seria estar sob a maldição de todos os pecados cometidos por todas as pessoas em todas as épocas e em todos os lugares desde Adão até o fim dos tempos. Não foi sem razão que Ele transpirou gotas de sangue. Por três vezes orou por um plano alternativo. Não havia. Restava escolher: Salvar você e eu, ou salvar a Si mesmo. Decidiu que nós viveríamos. Morreu morte de cruz.

Mais devastadora do que a tortura de ser crucificado foi a sensação de pagar o preço do pecado completamente sozinho sob a mira da justiça divina: “Um pressentimento de Seu conflito com os poderes das trevas, um sentimento do horrível fardo da transgressão humana, e da ira do Pai por causa do pecado, fez com que o espírito de Jesus desfalecesse, estampando-se-Lhe no rosto a palidez da morte.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 624. Tomou o lugar do ser humano. Passou pelo vale da sombra da morte eterna. Assim como aqueles que, pela ocasião da segunda vinda, não O aceitarem como Seu substituto. Esses deverão sentir também o vazio e o desespero experimentados por Cristo.

Poderíamos dizer que Jesus já viveu a perdição por nós. De modo que quem quiser, poderá viver a salvação. Mas enquanto a eternidade não começa o sofrimento tem hora e vez. Uma realidade que não pode ser mudada. Em contrapartida, novos céus e nova terra também não podem ser retirados das últimas páginas da história humana, seja por homens ou demônios. Mais cedo ou mais tarde vamos poder ver ao vivo e à cores que “...os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.” Romanos 8:18. Espero que a gente se veja por lá. Aquele abraço.


Pr. Denis Konrado Fehlauer - Unasp Campus SP

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