sexta-feira, 11 de abril de 2008

LIÇÃO 2 - O mistério da sua divindade


Quem é Jesus pra você? É uma pergunta de ordem pessoal. Assim, a resposta pode variar de acordo com a experiência de cada indivíduo. No entanto, se você quiser saber o que a bíblia diz sobre determinado assunto, aí a coisa muda. É verdade que o livro sagrado também pode ser interpretado de acordo com as preferências pessoais de seus leitores e nossa mente finita nunca compreenderá certas realidades eternas. Mas com toda certeza há uma maneira mais próxima da realidade para entender a Pessoa de Cristo. Ao estudar o tema devemos deixar de lado as opiniões pessoais, o desejo de ser dono da verdade ou a rivalidade que surge quando estamos entre os “sábios”. O negócio é orar e ler a bíblia sem idéias preconcebidas.
A respeito de Jesus, lemos: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”. (João 1:3 RA). Podemos encontrar algo semelhante em outras passagens:

“todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” (1 Coríntios 8:6 RA)

“pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. (Colossenses 1:16 RA)

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. (Hebreus 1:1 e 2 RA)

Percebemos que o Filho de Deus é anterior a todas as coisas. Sejam elas pertencentes a este mundo ou não. Ele é a origem do Universo. Seres criados podem modificar ou misturar elementos que já existem, mas só Deus pode criar alguma coisa do nada. Um dia Lúcifer desejou ser Deus. Não era direito seu. Deu no que deu. Jesus, no entanto, “não julgou por usurpação ser igual a Deus” (Leia Filipenses 2:6-8). Ele era igual ao Pai. Nunca desejou o que não possuía já que tudo era seu. O que fez foi “esvaziar-se”, humilhar-se. Nesse processo nunca deixou de ser Deus, apenas se descaracterizou. É como se você esvaziasse um gigantesco balão colorido – desses que se usam em festas e eventos. Ele não deixaria de ser um balão por estar murcho, mas, vazio é um objeto bem menos interessante. Cristo se apresentou como homem. Escondeu Sua divindade sob a Natureza humana. Fome, cansaço, tristeza, angústia, indignação, e outras coisas próprias da carne, fizeram parte do seu dia a dia. Não experimentou o pecado. No entanto sentiu seus resultados na própria pele.
Cristo nunca foi orgulhoso ou pedante. Entretanto, em várias ocasiões fez claras referências à Sua divindade. Observe esses textos:
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU”. (João 8:58 RA)

A questão aqui não era a idade de Jesus, mas sua posição em relação à humanidade pecadora, finita e limitada pelo tempo. Ele faz uma declaração de auto-existência. Usou a mesma frase que O Deus do Antigo Testamento: “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros”. (Êxodo 3:14 RA). Jesus claramente se identifica como Jeová. Seus ouvintes entenderam Suas intenções e por essa razão pegaram em pedras para matá-lo por blasfêmia.
2. “E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!” (João 20: 27 e 28 RA)

Nesse verso Cristo aceita a adoração de Tomé. Lembre-se que por duas vezes no Livro do Apocalipse vemos um anjo rejeitando a adoração de João:
“Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.”(Apocalipse 19:10 RA)

“Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo.Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” (Apocalipse 22:8 e 9 RA)

Note a razão pela qual o anjo não permite que o profeta o adore: Ele era apenas um mensageiro. Um anjo é superior a nós seres humanos em poder físico, mental e moral. Mas do ponto de vista da dependência de Deus para viver, ele e João eram iguais. No momento em que o Criador decidisse “desligar” o fio da vida, se fosse o caso, deixariam de existir. Uma criatura não poderia aceitar a reverência de outra. Por isso, por duas vezes, o anjo insiste com João: “adora a Deus”.
No entanto Cristo permite que Tomé lhe preste reverência e O adore como Deus. O discípulo, que já havia sido incrédulo, diz: “Senhor meu e Deus meu”. Jesus simplesmente responde: “Porque me viste creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29). De duas uma: Ou Jesus Cristo era Deus, ou um tremendo mentiroso e enganador. Veja mais esse texto:

“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” (João 5:18 RA)

Paulo escrevendo aos Hebreus, também utiliza passagens do Antigo Testamento fazendo uma das mais claras referências a respeito da divindade de Jesus: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino”. (Hebreus 1:8 RA)

A lição também coloca em discussão o termo “unigênito”. Nas passagens bíblicas apresentadas na parte de terça-feira, vemos que “unigênito” destaca o fato de que o filho da viúva, a filha de Jairo e o menino possesso encontrado no pé do monte da transfiguração (Lucas 9:38), não tinham irmãos. Portanto eram únicos. A ênfase não está na sua geração, nascimento ou origem, mas na sua singularidade. Quer dizer, se eles morressem seus pais não teriam outra opção. Não haveria ninguém mais na qualidade de seus filhos. Poderíamos também acrescentar a esses exemplos, Isaque. Veja Hebreus 11:17: “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas,”. Isaque não era o único filho gerado por Abraão. Ismael já havia nascido há um bom tempo. A conclusão é que “unigênito”, também no caso de Isaque, significa que ele era o único de sua espécie ou classe: o filho da promessa. O mesmo se aplica a Jesus. Ele não é necessariamente o único gerado ou nascido de Deus. Na verdade Ele é o único de sua categoria: Deus em carne humana. Não há outro semelhante a Ele e nunca haverá.

Conclusão
Se o Filho do Homem era também o próprio Deus, está explicado porque pôde passar pelo vale da morte eterna naquela sexta-feira, sábado e domingo pela manhã em que esteve no túmulo. Tinha vida em Si mesmo. Deu e tornou a tomá-la: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.” (João 10:17 e 18 RA)
Cristo substituiu toda pessoa que deseja sair da sepultura. O descanso eterno será apenas para quem não crer Naquele que veio ao mundo para ser um de nós e ao mesmo tempo nunca deixou de Ser Ele Mesmo: Jeová, nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, filho de Maria, Deus em carne humana. Louvado seja Seu nome.

Pr. Denis Konrado Fehlauer

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