
Essa perspectiva também deveria nivelar o tratamento que dispensamos aos diversos tipos de seres humanos disponíveis no planeta. Não deveríamos agir de modo diferente com as pessoas levando em conta apenas a aparência pessoal, “inteligência” ou status social. Parece que é mais fácil valorizar aqueles que têm características físicas mais atraentes, conta bancária gorda ou que são culturalmente privilegiados. É certo que existem afinidades. As pessoas se unem naturalmente com os que possuem características, gostos, inclinações e propósitos semelhantes. Isso parece ser normal. Mas segregar, desprezar ou evitar alguém apenas por causa de algum atributo físico, dificuldades financeiras ou qualquer outra coisa que valorizamos ou desprezamos, não deveria fazer parte da maneira de pensar e agir do verdadeiro discípulo
Portanto, o discipulado deve ser um processo de transformação. Até porque não é nada fácil - mesmo para aqueles que pensam não ser preconceituosos - deixar os sentimentos de superioridade. De um modo geral as pessoas tendem a pensar que a própria cultura, o modo de pensar, de viver ou sua religião – só para citar alguns exemplos – são melhores ou superiores. Esse fenômeno acontece mesmo entre cristãos considerados exemplares. Vale a pena lembrar que as culturas não deveriam ser colocadas em uma escala. Não há uma melhor do que a outra. São apenas diferentes. E a intolerância é a incapacidade que alguns têm de conviver com essas diferenças. Esse é um problema grave. Normalmente o intolerante pensa estar fazendo um bem para a humanidade enquanto combate a ignorância, a pobreza ou ainda algum tipo de ameaça. Não é necessário dizer que essa maneira de pensar está longe de ser o ideal do discipulado de Cristo. Não que você seja obrigado a gostar de tudo o que os outros gostam. Mas deve respeitar as diferenças.
Pois bem, vencidos os preconceitos e visões distorcidas é o momento de colocar a mão na massa. Os discípulos são chamados a exercer um ministério. Difícil – para alguns – é descobrir como e onde podem ser úteis. Nem sempre sabemos quais são nossos dons. Algumas igrejas têm disponibilizado testes – semelhantes aos testes vocacionais – para que seus membros identifiquem quais são suas habilidades no campo religioso. Outros, por iniciativa própria, vão descobrindo na prática que conseguem resultados em determinadas ações e situações. Tem gente que sabe fazer um contato missionário de qualidade e deixar folhetos. Outros se tornam hábeis em persuadir amigos a visitar a igreja. Quem sabe você possa confortar alguém enlutado, enviar cartas, literatura, CD´s e DVD´s a amigos e parentes. Uma coisa é certa, o discípulo precisa encontrar um modo de repartir a esperança evangélica com os outros. Isso não é negociável É questão de vida ou morte. Trata-se da manutenção da fé e da experiência religiosa. Quem deixa o testemunho de lado, mais cedo ou mais tarde irá abandonar suas convicções, por mais profundas que tenham sido. Se você está se sentindo como um vegetal dentro da igreja, experimente voltar a testemunhar.
No entanto, antes que o discípulo desenvolva algum serviço para o Mestre, seria bom examinar a bíblia e orar. A oração talvez seja a prática mais negligenciada entre nós cristãos. Talvez porque alguns julguem o estudo da bíblia como aprendizado. A bíblia alimenta a mente e dá subsídios para o bom desempenho daqueles que precisam falar em público na igreja. Mas, orar - pensam alguns - não parece ser algo que traga resultados imediatos. É claro que há aqueles que já experimentaram a comunhão com o céu através da oração. Se quisermos ser discípulos precisamos colocar isso em prática. Se você não sentir os benefícios imediatamente, insista, peça, implore. Assim como Jacó lutou com Deus para obter a bênção do perdão e da certeza da presença de Deus em sua vida, nós talvez tenhamos que fazer o mesmo. Com certeza vai valer a pena. Quem sabe seja o momento de iniciar um discipulado verdadeiro. Talvez seja a hora de começar... orando.
Pr. Denis Konrado Fehlauer
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